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domingo, 7 de abril de 2013

REFLETINDO...



Bob Dylan filosofou do começo ao fim nos  trechos de sua autobiografia, poderia até cantarolar ou desenhar o que achava de suas canções: “Alguém como eu jamais seria admitido, exceto em circunstâncias extraordinárias.” Mesmo sendo o gênio que era, tremeu diante da hipótese de ser avaliado, fez uma auto crítica muito forte de mesmo, como aqueles que nunca se acham “prontos”, já que somos sempre inacabados, nunca estamos perfeitos, não somos inatingíveis.
Analisava friamente o poder e o peso de ser contratado pela Columbia, e isto o fazia amarelar só em adentrar as suas portas. Insegurança? Talvez, porém percebemos que busca insensante pela perfeição seria o seu nome e sabia valorizar cada espaço, cada passo, subindo devagarzinho cada degrau. Quem diria ou imaginaria que Bob Dylan, o próprio, poderia pensar assim “ música folk era considerada uma porcaria, coisa de segunda, e era lançada apenas por selos pequenos”.
Mas ele assumiu isto. Humildade? Pode ser, ou crítico ao extremo de si mesmo. Até as Gravadoras tem “elite”, para música higienizada e pasteurizada disse ele, neste caso os pobres ficam com o lixo, sem higiene e sem nenhum tipo de cuidado. Não é diferente do que vemos atualmente. Mas algumas vezes é do lixão que as flores renascem, grandes nomes surgem, como se do nada.  Eles chegam, fazem a diferença, transformam o feio em belo.
Viajar nas palavras, como se estivesse cantando, é um dos pontos fortes deste gênio: “Lá fora o vento soprava, dispersando nuvens esfarrapadas, a neve rodopiava nas ruas de luzes avermelhadas, tipos urbanos se arrastavam por ali entrouxados - vendedores com orelheiras de pele de coelho que pareciam aqueles troços de falcoaria, vendedores ambulantes de castanha, o vapor subindo dos bueiros.” Nada daquilo parecia importante.” E não era importante mesmo. Ele estava embriagado com a hipótese de alguém ouvir suas canções, de alguém se deliciar com o que ouvia, mas ele temia a crítica, nitidamente expressa em suas declarações. Como ele mesmo comentou, talvez não houvesse muito para se alardear. Mas talvez por medo,  medo de ser reprovado pelo público seletivo.
Um menino,  que escreveu aos dez anos seus primeiros poemas e ainda adolescente  aprendeu a tocar piano e guitarra sozinho. Era normal estar apreensivo,  ansioso e temeroso com o que poderia acontecer daí para a frente, as críticas poderiam vir. Um menino que Lou teria que cuidar, tomar conta mesmo. Mas um monstro da música adormecido, nas suas memórias, sonhos, letras e cançõess. E elas   eram inúmeras...Tudo poderia virar poema, música.  Até mesmo uma sala em desordem,: caixas, partituras,
datas de gravação, quadros de aviso, discos, selos brancos amontoados, fotos assinadas de artistas, retratos vistosos. Para o poema basta o cenário, abrir o estojo  e usar o violão!E se John era “um homem extraordinário, o grande caçador de talentos e descobridor de artistas monumentais, que lançou personalidades da história da música”, se tinha visão, previsão, como mesmo disse Bob Dylan, realmente ele captou seus pensamentos, mas não todos.
Acreditamos que nem mesmo John imaginou que o sucesso seria tanto. É certo que ele levou fé naquele garoto, naquele menino por vezes se encontrava inseguro do que estava dedilhando e escrevendo. Mas uma janela se abria, para depois ser uma porta: “as canções de folk com letras fortes e atrevidas, guarnecidas com fogo e enxofre”,  como ele bem definiu, mesmo não combinando com nada das rádios. A  sinceridade, a atitude ríspida, grosseira, foram fortes o suficiente para este artista entender a apreciação e admiração no olhar daquele homem o grande John.E Bob  era a esperança de John. Para trazer algo novo, impactante.
 E  e nós tivemos a sorte de ter ese talento pintando, desenhando fazendo canções e cantando para nós.  O 7.º maior cantor de todos os tempos nomeado pela renomada revista os Rolling Stones, e o 2.º melhor artista da música de todos os tempos, ficando atrás somente para os Beatles. Que sorte nós tivemos. Um talento, um gênio! Por vezes inseguro com suas criações, porém firme nos seus propósitos!!

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