Mulheres estão se unindo e se reunindo periodicamente em
torno de uma "causa" legítima, que é preparar as mulheres executivas
para assumirem posições no topo das empresas e nos Conselhos de Administração.
É um movimento sem volta. Estamos conquistando este espaço através da
competência, dedicação e esforço e quem ganha são os consumidores, investidores
e trabalhadores, pois a diversidade dá outra visão e dimensão às empresas e ao
mundo. Não que sejamos melhores, apenas somos diferentes. Nossos outros papéis,
de mãe, filha, esposa e executiva, entre outros, fazem com que nos afinemos ao
mundo dos negócios de hoje.
Fico feliz e orgulhosa por ter
recentemente participado com 36 mulheres executivas brasileiras do Primeiro
Programa Avançado Governança Corporativa da Columbia University em Nova York, a
fim de qualificar mulheres a assumir posições em Conselhos de Administração.
Uma lenda viva de lá, o professor emérito e, como é chamado, "the
brazilianist" Albert Fishlow, no final da aula de um dia, fez a seguinte
afirmação num tom genuíno e confidente: "Nos meus 50 anos de
magistério, poucas vezes tive um grupo que me exigiu tanto, nenhum outro me
divertiu como este, e fiquei impressionado com o nível das perguntas e
observações do grupo". Esta mistura de seriedade, profundidade
e, ao mesmo tempo, bom humor, saber ser doce e se divertir, ser generosa e
ajudar a colega ao lado que não entendeu com um sorriso, é um dos benefícios
que a diversidade proporciona e que agora começa a florescer.
A WCD - Women Corporate Directors, uma ONG americana, com
quase 5 anos de existência no Brasil, fundada por mim, já é o segundo capítulo
desta história, com maior número de associadas ativas, e foi um marco inedito
no tema em nosso país. Há ainda muita coisa a ser feita. Mas por outro lado já
fizemos o que outras mulheres ou gerações anteriores esperaram e nunca
aconteceu.
O Women's Forum for the Economy and Society, um evento
global de enorme prestígio que ocorre nesta semana em São Paulo (terceira
edição no Brasil), é também uma das peças que têm feito muito pela causa do
empoderamento feminino, ampliando o leque das discussões, incluindo uma visão
internacional de diferentes países e continentes, nos quais estes temas são
amplamente debatidos e em estágios de desenvolvimento diferentes. O público
mais jovem de mulheres profissionais e empreendedoras que participam do Women's
Forum é de alto nível e já traz para a mesa a nossa preocupação com as próximas
gerações.
Como otimista que sou, tenho uma visão positiva do futuro,
orgulho pelo que já fizemos e evoluímos nos últimos anos e esperança por tudo o
que ainda deve ser feito pela causa da diversidade. Porém, a melhor e mais
prazerosa descoberta nesta jornada tem sido poder conhecer de perto cada uma
destas mulheres - inteligentes, focadas, generosas, resilientes e divertidas -,
que estavam anônimas ou escondidas no dia-dia estressante da vida moderna e das
organizações.
FONTE:http://www.brasilpost.com.br/ana-paula-chagas/nos-mulheres
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