Gabriel Chalita bem define Fernando
Sabino: “morreu menino". Um
leitor compulsivo, que aprende a ler com a mãe e como menino viajava nos caminhos da leitura.
Um dia cria um galo na testa por não ver, bate em um poste, numa destas
viagens, compenetrado em suas leituras. Estava compenetrado na leitura,
viajava.... era menino... E quem ele não
fez fazer essas viagens também? Louco por música, desde cedo foi criado neste
universo encantador ouvindo seu pai e sua mãe tocarem piano.
Sabia captar as surpresas, sensibilidades, angústias e anseios da alma
humana. Sabia escrever, sabia detalhar, usando as palavras... e que palavras!
Antonio Cândido declara sobre Fernando:: "ele tinha um olhar
infalível para os pormenores expressivos e uma capacidade prodigiosa de
invenção verbal". Verdade. Ele criava, era inventivo com as palavras,
e pensar que não aprendeu a ler nos bancos de uma escola. Foi em casa que
aprendeu, rodeado de muito amor materno. Escrevia usando a reflexão e a ficção como dois pontos importantes. Amante
da língua portuguesa, teve uma
ferramenta ao seu favor, pois gostava de escrever. Estimulava o leito ao
auto conhecimento. Perdê-lo, remete-nos
a um luto sem fim, sem prazo de validade, pois nos animava com sua
inteligência, seu jeito eclético de levar a música de uma maneira leve e por
escrever como se estivesse conosco, sentado, contando e recontando suas
histórias.
Fernando Sabino não hesitava em escrever mesmo que fosse temas polêmicos
como dignidade da pessoa humana e justiça social e o aparthaid. Ah, o
aprathaid, quem ousaria escrever tão bem. Um sinal de que
não foi à toa que tornou- se conhecido como um dos pensadores de 1968, entre outros como Althusser, Barthes, Deleuze, Foucault, Lacan e Derrida.
não foi à toa que tornou- se conhecido como um dos pensadores de 1968, entre outros como Althusser, Barthes, Deleuze, Foucault, Lacan e Derrida.
Aos olhos de Chalita, ele viveu e apaixonou-se pela vida, defendendo
seus ideais. Um grande homem. E enfatiza que foram-se dois grandes homens. Como
assim? Sim, ele e Derrida Gabriel Chalita cita em sua representação, devido
a importância dos mesmos para a nossa cultura, literatura e como eram parecidos
em seus ideais, passando a todos entusiasmo e dedicação.
Quem escreve não morre. Conforme
menciona Chalita uma citação de Derrida: "(...)
a vida é sobrevida. Sobreviver no sentido corrente quer dizer continuar
vivendo, mas também viver após a morte".
Quem escreve deixa história,
deixa marcas, deixa legado, ensina....
Tivemos muita sorte, pois escrever é colocar no papel nosso ato de
pensar e pensando transformamos tudo à nossa volta, saímos do imaginário para a
realidade!
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