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quarta-feira, 1 de maio de 2013

FILOSOFANDO UM POUCO

Gabriel Chalita bem define Fernando Sabino: “morreu menino". Um leitor compulsivo, que aprende a ler com a mãe e  como menino viajava nos caminhos da leitura. Um dia cria um galo na testa por não ver, bate em um poste, numa destas viagens, compenetrado em suas leituras. Estava compenetrado na leitura, viajava.... era menino...  E quem ele não fez fazer essas viagens também? Louco por música, desde cedo foi criado neste universo encantador ouvindo seu pai e sua mãe tocarem piano.

Sabia captar as surpresas, sensibilidades, angústias e anseios da alma humana. Sabia escrever, sabia detalhar, usando as palavras... e que palavras!
Antonio Cândido declara sobre Fernando:: "ele  tinha um olhar infalível para os pormenores expressivos e uma capacidade prodigiosa de invenção verbal". Verdade. Ele criava, era inventivo com as palavras, e pensar que não aprendeu a ler nos bancos de uma escola. Foi em casa que aprendeu, rodeado de muito amor materno. Escrevia usando a reflexão  e a ficção como dois pontos importantes. Amante da língua portuguesa,  teve uma ferramenta ao seu favor, pois gostava de escrever. Estimulava o leito ao auto  conhecimento. Perdê-lo, remete-nos a um luto sem fim, sem prazo de validade, pois nos animava com sua inteligência, seu jeito eclético de levar a música de uma maneira leve e por escrever como se estivesse conosco, sentado, contando e recontando suas histórias.

Fernando Sabino não hesitava em escrever mesmo que fosse temas polêmicos como dignidade da pessoa humana e justiça social e o aparthaid. Ah, o aprathaid, quem ousaria escrever tão bem. Um sinal de que
não foi à toa que tornou- se conhecido como um dos pensadores de 1968, entre outros como Althusser, Barthes, Deleuze, Foucault, Lacan e Derrida.
Aos olhos de Chalita, ele viveu e apaixonou-se pela vida, defendendo seus ideais. Um grande homem. E enfatiza que foram-se dois grandes homens. Como assim? Sim,  ele e Derrida  Gabriel Chalita cita em sua representação, devido a importância dos mesmos para a nossa cultura, literatura e como eram parecidos em seus ideais, passando a todos entusiasmo e dedicação.

Quem escreve não morre.  Conforme menciona Chalita uma citação de Derrida: "(...) a vida é sobrevida. Sobreviver no sentido corrente quer dizer continuar vivendo, mas também viver após a morte".
Quem escreve deixa história,  deixa marcas, deixa legado, ensina....
Tivemos muita sorte, pois escrever é colocar no papel nosso ato de pensar e pensando transformamos tudo à nossa volta, saímos do imaginário para a realidade!

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